Todas as minhas crises existenciais, estiveram presente depois que conheci Ele, Ele me manipulava fácil, sem entendimento da minha parte, da minha família, isso que era pior, meu ponto de desabafo sempre era considerado que eu precisava de uma psicológa, que eu estava de TPM, mas a verdade é que eu me sentia transtornada pela prisão que cada vez eu sentia maior na minha vida.
Ele não deixava faltar nada em casa, para muitos isso é o suficiente e que eu estava literalmente reclamando de barriga cheia, mas o que eu sentia era algo que dinheiro nenhum me livrava, a minha falta de expressão que ia se perdendo, de eu não me dar conta dos meus gostos, das minhas vontades, eu sentia que cada vez eu fugia para longe de mim e o pior: não saber como voltar.
A agressão que eu sofria não era física, mas doía como se fosse, minha cabeça parecia que ia explodir, tentava encontrar uma solução, uma saída, mas a dependência financeira era gigante, o apego emocional também não posso desconsiderar, o filho pequeno para criar, onde poderia fugir?
Às vezes me pegava imaginando fazendo uma mala, fugindo, aquele sentimento de alívio, mas quando parava para cair em si como poderia levar meu filho para algum lugar sem renda, como pederia deixar meu filho e ir embora assim?
Também já me peguei fazendo planos, imaginando meu filho gande, independente financeiramente, pronto para encarar a vida lá fora e eu com a chance de refazer minha vida, procurar meus gostos, minhas vontades sem tem alguém para reprimir, opinar, criticar e principalmente proibir.
A nossa mente nos faz tão prisoneira, se não bastasse eu aqui dentro dessa casa me sentindo com mãos atadas, ainda tem a mente para me lembrar de todos os perigos que tem lá fora, de uma mãe solteira, sem emprego.
Vir de uma família machista, cheia de violência doméstica, acreditava que meu casamento seria a minha estratégia e única saída para liberadade, meu pai escolhia muitas vezes a roupa que íamos sair, aonde íriamos, o curso que cursaríamos.
Na verdade, eu já fui criada para não ter opinião, e isso cada vez mais me machucava por dentro, porque eu tinha sede de opinião, mas no final tava eu aceitando tudo que me propuseram. Daí engatei em um namoro assim, mesmo no namoro eu já aceitava a proibição dele por parte das minhas roupas, das minhas amizades, ele chegou como quem quer ganhar um coração mas o que queria era alguém para dominar.
Fui perdendo meus amigos, fui afastando das minhas vontandes que já eram poucas por conta da minha família que reprimia, e acabei casando com esse homem que dizia tanto amor mas o que sentia era prazer no poder que me continha.
Sabe, não sei se isso é pior, dentro de todas as coisas que relato, mas o que mais me faz mal é ele querer que eu seja uma coisa que não sou, cobrar e cobrar todo tempo fardos e mais fardos que a minha mente mesmo já se encarrega de dar, sobre casa, filho, profissão.
Sim eu tenho uma profissão, a mesma que a dele, mas há um bloqueio tão grande que eu não consigo explicar que me paralisa em exercer completamente, outra coisa que não entendo, tantos anos de estudo, tanto dedicação em todo período escolar da minha vida, sim, eu me esforçava demais na escola, faculdade, especialização, mas hoje eu não consigo nenhum emprego de salário mínimo.
Um grupo de apoio emocional e saúde mental. Desabafos anônimos, troca de experiências e apoio psicológico.
Acredito que você deva procurar um terapeuta para te ajudar nas diversas áreas da sua vida. Pessoalmente eu só posso dizer que o mais saudável é sempre se afastar das pessoas tóxicas. Outra coisa: se você possui estudo, se você realmente quiser você consegue um emprego. Mude o mindset, mande cvs, peça para ser indicada, converse com as pessoas, algo bom vai acontecer se você tentar. Boa sorte!