Verdadeiro eu

Acho que estou cada vez mais próxima de descobrir quem eu realmente sou de verdade.
A meditação vem desbloqueado a minha mente e consigo acessar o meu inconsciente com muita facilidade. Eu posso tirar tantas coisas do meu passado… Mas eu cheguei a conclusão de que maior parte do tempo eu nunca estive sendo sincera comigo mesma. Por que eu não me ouvia? Por que eu não acessava a minha própria verdade? Eu estava com medo de alguma coisa? O que em relação a mim mesma eu tinha tanto medo de conhecer? Eu estive me auto anulando por todo esse tempo. É difícil saber o que eu realmente queria. Eu estava muito focada com os meus problemas emocionais, inseguranças e lutas internas e externas que eu passava diariamente. Eu não sei o que eu realmente queria. Eu acho que eu não queria nada. Eu acho que naquela época eu só queria me destruir e machucar a mim mesma porque… Porque eu estava com raiva de mim mesma. Porque eu não aceitava quem eu era. Porque era desconfortável estar na minha própria pele e eu fugia de mim mesma procurando por outras pessoas ou totalmente concentrada e presa as minhas emoções negativas e doentias. Mas eu realmente não queria olhar para mim de verdade. Saber o que havia por detrás daqueles sentimentos e porque eles estavam ali. Eu negava a enxergar o mundo além da bolha que eu criei onde eu pudesse me prender. Talvez eu estivesse chateada, eu estava chateada porque eu não estava sabendo lidar com o que eu passava na época. Então, eu me punia, eu me culpava. Todos os dias… “Eles me odeiam… Veja só… É porque eu sou um erro. É porque eu não deveria existir. É porque sou completamente errada, eu mereço esse ódio porque eu nasci pra isso, porque eu não sou tão especial e nem o suficiente para fazer parte.” Essa era a minha mentalidade na época. Eu venho de uma escuridão muito profunda e caótica, estive presa e cega lá dentro por muito tempo. Eu não via nada além de sofrimento e auto condenação. E essa parte sombria era a minha própria mente. Eu saí de lá e consegui melhorar bastante. Mas ainda assim… Eu penso no meu eu do passado… Aconteceram tantas coisas, tantas ocasiões, situações, pessoas… Eu nunca tive vontade. A minha identidade foi tirada desde cedo de mim. Eu também não tinha autonomia. Eu não podia decidir sobre o meu corpo e nada em relação a mim. Era como se a minha vida estivesse sendo negada de chegar as minhas mãos. Era como se uma autoridade estivesse gritando “Você não pode tocar ou se aproximar da sua própria, ela é minha, você é minha!”. E então é daí que vem esse sentimento de auto aversão. Eu não quero mais ser a vontade de ninguém. Eu não quero mais carregar os sentimentos e as inseguranças de estranhos. Eu não quero mais seguir o as pessoas de fora dizem que eu deva seguir. Eu não quero ser o que outras pessoas me dizem que devo ser. Tudo o que eu quero é me encontrar e então eu estarei livre para sempre, talvez a minha cura esteja aqui. Quando as pessoas morrem para sempre. Quando elas deixam de ser importante, quando elas deixam de ser as trevas que assombram o meu mundo. Quando elas deixam de segurar a minha vida como um chaveiro e dizer que não posso tocá-la. Eu pertenço apenas a mim mesma. Eu sou quem eu quiser e decidir ser. A minha vida sempre esteve comigo e ela pertence a mim e sou eu quem escolhe como ela será vívida. As pessoas são passageiras, e só estão ali para me acompanhar, eu aprender lições, para me trazerem problemas, me prejudicarem, me machucarem, me ajudar na minha cura e cumprir o próprio papel, a solidão é visível, ela está o tempo inteiro, o restante, uma ilusão do tempo. Não é tão ruim estar sozinha se eu ainda tenho alguém especial guardado no meu coração e essa pessoa me aquece e me motiva a lutar e continuar seguindo em frente, ainda que ela esteja apenas lá onde eu possa sentir, esse seria o sentido do eterno, amar alguém para sempre mesmo que esse alguém não esteja mais presente.