É fato que estamos vivendo um momento que a maioria de nós nunca havia imaginado! Momento que nos exige uma “normalidade”, dentro de algo que não nos é “normal”. Como isso é possível? Como é possível lidar com tudo isso? Estamos fisicamente distantes da família, dos amigos, do trabalho… Estamos distantes da nossa rotina. E isso traz impactos, sim! Muitos pensamentos e sentimentos tendem a permear essa vivência e, em grande parte, são negativos!
“Tá, Carol! Eu sei disso! Eu sinto isso! Mas como eu posso lidar com isso que eu sinto? O que eu posso fazer para não sentir isso?”
Bom, se é isso que você está pensado (ou algo parecido rs), sinto te informar, mas eu também não sei te dizer! Ninguém sabe! E o motivo de não existir uma resposta para isso é simples: não é possível não sentir isso! Afinal, estamos diante de algo que nos ameaça e que desconhecemos, então se você não se sente atingido de nenhuma forma, na verdade você está muito mais atingido do que pode imaginar!
“Ah, então que dizer que devemos todos entrar em pânico e tudo bem! Que não há nada que eu possa fazer e que só me resta sofrer e me angustiar cada vez mais!?”
Negativo! Há muito que ser feito! Mas o que eu quero que você entenda é que todos esses sentimentos são normais e fazem parte! É muito natural que nos sintamos com medo do desconhecido e que isso gere diversos outros sentimentos. E é importante entender também, que cada pessoa é única. Cada pessoa tem sua própria forma de ver e compreender as situações e, consequentemente, de reagir a elas. Então é importante que você olhe para você e perceba toda sua singularidade e respeite a si mesma/o. Cada pessoa está passando por tudo isso de forma singular.
O que posso dizer aqui é que viver é ato e o ato acontece no agora. Não é algo previsível, não há roteiro para a vida e nem para os sentimentos. Então nossas estratégias de enfrentamento vão sendo (des) e (re)construídas a medida em que vamos vivendo. As “dicas” que posso dar são: não tenha medo dos seus sentimentos, mas busque compreende-los; evite sobrecarregar-se de informações, pergunte-se sempre “qual é a necessidade de ler/assistir sobre isso?”, “o que essa informação causará em mim?” e “ler/assistir/pesquisar sobre esse tema me fará bem?”; mantenha seus cuidados conforme orientações da Organização Mundial de Saúde, não precisa exageros; busque manter uma rotina, mas se permita experimentar essa nova forma de lidar com o tempo; evite comparações, cada pessoa é de um jeito; não se culpe pelos momentos em que não conseguir, a vida é feita de altos e baixos, não somos máquinas; não desista de seguir buscando o seu melhor; busque viver um dia de cada vez.
E, no mais, é como sempre digo aos meus pacientes: Não é fácil! Mas é possível! E é com o possível que vamos construindo o caminho!
