A vida acontece! E neste intervalo somos interpretados como um amontoado de movimento e sentimento, embora não sejam desejadas, determinadas reações são até surpreendentes, todavia consistem em uma resposta ao que estimula as emoções.
Seguramente em um certo tempo todos já foram acometidos pelo sentimento da raiva, de modo a querer punição ou esperar que o mal aconteça a quem causou algum dano material e sobretudo moral. Em níveis mais acentuados a exaltação produz o ódio, capaz de cegar e despertar os mais primitivos instintos, pois a odiosidade causa fim de condições, destrói relacionamentos e institui a insensatez.
Mesmo que haja esforços para negar tais pensamentos hostis, eles sobrevém nos instantes de indignação, ainda que seja contraditório, existe uma tendência de cultivar com maior intensidade o ódio ao amor, uma vez que continuamente haverá busca pela sobrevivência egocêntrica. Onde o afeto é ridicularizado e o mau humor estimado pela vontade de ser dono da razão. Ainda que não admitisse, frequentemente, existem influências que ocasionam sofrimento físico e psíquico.
Importante recordar que nosso cérebro ou mente, são processadores de informações e ideias, servos das imaginações e emoções, amanhados pelos desejos projetados onde não permanece uma verdade, mas cada pessoa e momento cogita uma nova possibilidade. Aonde a felicidade é transformada de sentido e o tolerado, bem como as tragédias concebem um apurado significado. É embaraçoso, pois, sendo a mesma pessoa executora e expectadora do roteiro efetivado, cada escolha procede uma consequência, e o destino é efeito daquilo praticado, viver angustiado prematuramente é descrever a vida ao avesso.
Assim quando dominados pela raiva ou ódio, sugere um outro encargo sobre aquele que é o produtor de ideias, imediatamente, também responsável por gerir emoções e estresse, sufocando fatos e convicções, causando sintomas psíquicos e físicos.
Deste modo a odiosidade e a raiva vividas em amplas dosagens ou ainda longas datas, intensificam a ruína interna acendida a cada nova situação indesejada. Fúria, mágoas, ressentimentos só adoecem quem sente! Quem vive a sombra e a angústia de um insulto oferecido é quem admite, o acolhe como verdade, pensar é princípio do agir, que transforma realidade.
O que temos é o remédio secular, a prática diária da compreensão e aceitação do outro e de si mesmo, para estar bem melhor ou ainda encontrar a imaginada felicidade se faz necessário equilibrar todas as sensações e anseios.
Quem cuida de seu mundo interno, zela pela sua integralidade particular e coletiva.
Adriano Sebastião Morais
CRP 04/39761