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4 Mentiras que eu me contei para sustentar um namoro já acabado!

Mesmo sendo psicóloga e conhecendo bem o mecanismo de defesa que é a negação, eu não sou imune a ela. Terminei um namoro que parecia perfeito há algum tempo atrás e hoje resolvi dividir minha experiência com vocês.

Vai aí 4 mentiras que eu me contava para não enxergar que além do meu relacionamento não ser perfeito, ele estava mesmo fadado a acabar:

“Estava tudo bem”

A negação: Apesar de “achar” que meu relacionamento estava indo bem, eu apenas mentia pra mim mesma, fingindo não ver as brigas que tínhamos por besteiras e coisas corriqueiras.

Porque negava: Para evitar olhar para a relação e perceber que algo que eu pensei que seria pra sempre, estava prestes a acabar.

A verdade: A verdade é que era muito difícil admitir que as brigas que tínhamos eram por causa do esgotamento da relação.

“É normal cair na rotina”

A mentira: Sempre pensei em namorar, casar e ficar com a pessoa até a morte. Para sustentar essa fantasia, acreditava que a vida de casada estava do jeito que estava por causa do longo tempo juntos e que “cair na rotina” era normal numa relação de anos.

Por que mentia: Era mais cômodo continuar não vendo que a relação tinha perdido a graça e o encanto, assim, eu não tinha que lidar com isso.

A verdade: A verdade aqui é que todo relacionamento tem rotina, mas isso não precisa significar perder o encanto e o prazer, o meu perdeu. Eu descobri que tinha preguiça de admitir, pois sei que admitindo eu teria que fazer um movimento diferente, o que eu não sabia se estava disposta a fazer e por isso o melhor naquele momento era negar.

“Quero Casar”

A mentira: Mentia pra mim mesma que queria casar com ele e oficializar a relação, mas quando realmente pensava sério no assunto, sentia muito medo que isso acontecesse.

Pensava “Nossa, se eu oficializar isso aqui vou ficar somente com ele e mais ninguém pro resto as vida?” Não que eu ficasse com outras pessoas, mas pensava que, se eu casasse no papel, aquilo sim seria oficial e que eu seria uma mulher casada e fim.

Porque mentia: Era mais fácil pensar em oficializar uma relação onde ambos já “vivem uma vida de casados”, do que assumir que eu ainda tinha dúvidas.

A verdade: A verdade era que eu morria de medo de casar oficialmente. Achava que quando isso acontecesse seria o fim da minha vida amorosa, sem a possibilidade de término e de ficar com outras pessoas.

“Ele também quer filhos”

A mentira: Eu assumi que ele pretendia, um dia, ter filhos comigo. Que nós seríamos uma família “padrão”, onde ele teria suas responsabilidades de homem da casa e pai de família e eu de mulher e mãe. (Olha o machismo estrutural aí)

Porque mentia: Era mais fácil acreditar que ele tinha os mesmos ideais que os meus, pois assim não precisaria terminar o relacionamento.

A verdade: A verdade aqui é que ele sempre me disse que não queria casar e ter filhos, mesmo assim, eu falava pra mim mesma que ele mudaria de idéia, ou melhor , que eu seria capaz de fazê-lo mudar de idéia ( a gente se engana mesmo né?).

De frente comigo mesma:

Escrevendo essas mentiras que contei pra mim mesma, só me fez ver que o comodismo é ao mesmo tempo confortável e frustrante. Nós todos sabemos as nossas verdades, porém, por ela ser tão difícil de encarar, preferimos mentir. No meu caso, negar a verdade me deixava confortável, mas também muito frustrada.

É muito difícil sair da sua zona de conforto, mesmo que seja pra um lugar melhor. É momentaneamente mais fácil negar suas dores a fim de manter um relacionamento apenas por status ou comodismo.

Numa relação, o medo de ficar sozinha é assustador, mas pensar em conhecer outras pessoas também é! No meu caso, achava que o sonho de casar e ter filhos havia terminado junto com meu “casamento”. O que era só mais uma mentira que eu estava me contando (às vezes a gente é cruel com a gente mesmo né?).

Enquanto você, e eu, e todo mundo, ficar negando o que está bem ali na nossa frente, será impossível exigir que alguém seja capaz de suprir o que a gente precisa.

Se permita encontrar-se com você mesma!

Beijos, Psicóloga Cintia Silva.

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    • outubro 16, 2020
      Cintia Silva

      A dúvida já é um sinal de atenção!

  • outubro 13, 2020
    Cimar

    Meu namoro caiu numa rotina necessária com a quarentena. Antes viajavamos para uma cidade diferente todo mês. Era maravilhoso. Hj em dia só nos vemos aos fins de semana. isso não me fez o amar menos, mas não tenho o desejo de casar como antes. As alianças que seriam de noivado, estão no porta luvas do carro dele desde fevereiro, escolhemos juntos e desde então estão lá. Eu descobri que gosto da minha própria companhia. Ele me Faz bem. Mas sem ele eu tbm fico bem. Coisas decorrentes da pandemia

cintia

Formada em Psicologia pela Universidade Camilo Castelo Branco - graduação em 2013, pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Anhembi Morumbi. Experiência na prática clínica desde 2014 atendendo crianças, adolescentes e Adultos. Experiência na área de Recursos Humanos com recrutamento e seleção. Atualmente atende adolescentes e adultos e tem como foco de estudo a ansiedade. Idealizadora do projeto "Convivendo com a ansiedade" um grupo terapêutico para adultos que sofrem com esse transtorno. Atua na clínica com a abordagem Psicanalítica com foco em Winnicott e também com a abordagem Psicologia Clínica da Experiência. Também realiza supervisões para psicólogos recém formados.

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