É pecado sentir dor?

Tenho transtorno bipolar e surtei após uma série de acontecimentos intercorrentes que vieram a desestabilizar o meu humor. Sábado, na ocasião do aniversário de minha mãe, meu pai começou a tratar mal os atendentes de uma sorveteria, gritando e chamando a atenção de todo mundo, o que me abalou de forma significativa. Logo após esse acontecimento, meu cachorro, que tem leishmaniose, começou a botar poças de sangue, Levei-o ao veterinário chorando e achando que assinaria o termo de consentimento da eutanásia, mas felizmente a veterinária comprometeu-se a cuidar dele. No entanto, o estopim de minha crise foi na segunda. Cheguei no meu local de trabalho e uma colega estava gritando de dor, levei-a ao hospital, fiquei com ela até o fim. À noite, ela me manda uma mensagem seca perguntando qual era o meu pix para ressarcir o valor do Uber. Eu não esperava que ela me desse nada em troca, mas foi tão seco que me deixou muito mal. Eu disse que ela não me devia nada. Uma hora depois, uma amiga dela, também colega minha, me diz que a cota do café do mês estava quitada, sendo que é mentira. Tudo isso para a outra não me dever nenhum favor. Eu que já estava mal, fiquei pior. Tomei uma cartela de rivotril e bebi meia garrafa de vinho e fui trabalhar. Não é a primeira vez que fico dopada. Mas nesse dia eu não conseguia andar sequer em linha reta. Surtei no trabalho. Disse que a minha vontade era de pegar um trinta e oito e me matar. Fui para casa chorando. De noite, a psiquiatra me afastou do trabalho e me deixou em internação domiciliar com meus pais. No entanto, quando voltei para casa, com meu marido, tendo acabado todos os meus remédios, tomei um vidro inteiro de Dramin, passei mal, não falei nada, aguentei as pontas e a dor até o amanhecer e vim para a casa dos meus pais. Será que eu sou louca? Será que eu não tenho razão em sentir tanta dor? Minha mãe me chama de fraca, grita comigo, Meu marido não me dirige a palavra e é monossilábico. Me Sinto tão só.