Olá. Perdi minha mãe há um ano e três meses. Uma morte repentina que não eu não estava preparada (talvez nunca estivesse), ela tinha 61 anos, não havia 1 ano que ela havia conseguido se aposentar, ela estava feliz e realizada com isso, enfim ela poderia descansar depois de trabalhar como doméstica desde os 14 anos. Sou, minha irmã e meu irmão. Porém sou a caçula e passei muito tempo da minha vida morando com ela, só saí para fazer meu doutorado em 2018 pois não havia doutorado na minha área na minha cidade, pois por minha vontade eu não sairia da casa da minha mãe nunca. Éramos melhores amigas. Dormíamos juntas, nunca brigamos na vida, contava de tudo pra ela. Mas de repente tudo mudou. Em junho do ano passado ela começou a ter dores abdominais fortes e descobrimos que ela tinha retocolite ulcerativa. Não era uma doença pra morte. O médico nunca falou nada sobre que ela corria risco de vida, 3 semanas depois do descobrimento da doença e dela começar o tratamento ela começou a não conseguir comer e a vomitar muito. Levamos ela pro hospital pois estava desidratada. Internaram ela na terça, na quinta de madrugada ela faleceu. Da forma mais inesperada possível. O laudo constou septicemia. Meu mundo caiu aquele dia. Eu sempre fui muito emocionalmente dependente da minha mãe. E ali quando tudo acontece eu não sabia reagir. Logo depois eu tive que voltar ao doutorado. Eu estava esfacelada. Destruída, mas minha orientadora solicitou que eu voltasse. Mas voltei outra pessoa. Não tinha mais ânimo pra nada. Não tinha vontade nem de comer e tomar banho, não conseguia render no doutorado, não conseguia mais escrever meus artigos e pendências, eu simplesmente só sabia chorar e pensar em me matar todos os dias. Mas fui ao psiquiatra, tomei alguns remédios e melhorei um pouco. Consegui fazer algumas atividades, mas logo veio a pandemia e todas meninas da minha casa foram embora eu fiquei sozinha numa cidade totalmente distante, sem amigos e sem familiares. Eu sucumbi novamente. E tive crises de Pânico e ansiedade piores que antes. Além da minha enxaqueca piorar muito a ponto deu desmaiar e terem que arrombar minha porta pra me levarem pro hospital. Desde então minha irmã decidiu me buscar e me levar pra morar com ela no Rio. Tranquei o doutorado, estou desempregada há 7 meses, já mandei mais de 4 mil currículos e nem uma entrevista sequer eu consegui, pensamentos suicidas não sumiram da minha mente mesmo com os remédios. Me sinto insuficiente, pequena diante de tudo. Minha esperança se perdeu completamente quando o amor da minha se foi. E eu não sei que rumo seguir da minha vida. Me sinto culpada. Culpo minha graduação, mestrado e doutorado todos os dias, quantos dias das mães eu perdi por estar no laboratório fazendo meu experimento. Quantas vezes saia de casa cedo e quando voltava da Universidade minha mãe já estava deitada. Perdi tantos momentos juntos com ela pra estudar tanto pra hoje eu não conseguir nada. Vejo colegas sendo empregados em meio a pandemia e me sinto um lixo humano e me pergunto porque fiz tantas escolhas erradas na minha vida.
Desde já agradeço a quem ler esse texto grande. Não sei se ajudará alguém. Mas se alguém estiver passando o mesmo que eu, estamos juntos. O que nos resta é tentar seguir em frente.
Um servidor de apoio emocional e saúde mental. Desabafos anônimos, troca de experiências e apoio psicológico.
Pessoas depressivas, ansiosas, tdah, bipolares, borderline, autistas, dependentes químicas, anoréxicas, bulemicas, esquizofrênicas e afins.
Oi Cila.. tudo bem? Fico triste de ver que vc anda assim triste e desanimada.. mas quero te falar algumas palavras e espero que possa te ajudar a amenizar pelo menos um pouquinho a sua dor! Te admiro muito por você ter cultivado essa relação de amor, cumplicidade e respeito com a sua mãe enquanto ela esteve viva. Você me fez repensar o quão idiota tenho sido brigando direto com a minha mãe, obrigada. E também, tudo, absolutamente tudo tem um proposito de ter acontecido em nossa vida. E agora, por mais escuro que vc esteja enxergando seu caminho, o universo está querendo te mostrar algo, te mostrar o tamanho da sua força, da força que vc nem sabe que tem, mas que você tem e vai usar isso para transformar a sua dor em aprendizado e se tornar uma pessoa melhor!! Você vai evoluir com essa dor, e o melhor de tudo, você tem a sua mãe para te guiar por caminhos floridos lá de cima. A sua mãe nunca esteve tão perto de você! A sua mãe agora vive dentro do seu coração e te acompanha como um anjinho sentada no seu ombro.. A sua mãe te ama tanto e deseja tudo de mais maravilhoso pra vc e ela vai te conduzir a toda felicidade do mundo que vc merece receber.. e quando você passar dessa vida para a próxima, vai se reencontrar com ela e agradecer por ela ter ido, no momento certo, para que vc pudesse aprender e evoluir muito nessa vida.. tabom? Eu sei que parece um pouco abstrato, mas leia essas palavras com o coração, e com a alma.. Fique feliz que a sua mãe nunca esteve tão perto de você.. E com isso em mente, pense sempre: o que minha mãe gostaria que eu fizesse? o que daria orgulho a ela? use essas perguntas para te botar pra frente, para te dar força de insistir nos seus sonhos. Não se culpe de nada ta bom? Você foi uma filha admiravél.. o emprego certo logo vai aparecer pra você! Grande beijo no seu coração :)
Olá bom dia, Tudo bem? Lidar com um perda repentina é muito delicado, o mundo vira de cabeça para baixo. Conseguir vivenciar o luto no período em que a perda ocorre é sempre a melhor opção, e deixar que a elaboração ocorra no seu tempo. Pois mesmo quando coloca esse luto para baixo do tapete, ele não fica elaborado e nem resolvido, uma hora ele vem. E pode vir com sintomas como você colocou, suas crises de pânico e enxaqueca. É natural que quando ocorre uma perda significativa, seu emocional reflita em outras áreas da sua vida, e a vida profissional pode ser uma delas, já que requer um esforço todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam elaborar o luto é importante, para que não se viva de luto. Esse é o momento que vivencia a perda, os sentimentos referente a elas, aprende a lidar com a ausência e ressignifica a relação com quem partiu. Porque uma coisa é fato, o amor e tudo que foi vivenciado, a morte não apaga. Mas o período de luto é também um tempo dedicado a vida, pois ainda existe sua vida. É importante reorganiza-la, cuidar de cada área da sua saúde, e cada área da sua vida, para que se possa seguir em frente. Importante frisar que seguir em frente e elaborar uma perda, não é esquecer quem já partiu. Não tem como fazer isso, é transformar todo os sentimento que causa dor. As vezes fazer esse caminho sozinho é difícil, o luto é subjetivo, porém ele não precisa ser vivenciado sozinho. Pode buscar recursos que possam te auxiliar, psicoterapia, grupos terapêuticos, para alguns funciona arte (dança, pinturas, músicas), outros vão preferir a religião. O importante é você conseguir encontrar algum que faça sentido para você, e decidir buscar essa ajuda. Espero ter ajudado um pouco. Um abraço, Munic. Instagram e facebook: @municpsicologa Link do último vídeo que postei aqui no sunas: https://www.sunas.com.br/conteudo/colocar-situacoes-dificeis-debaixo-do-tapete-ajuda-a-resolve-las/