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Luiz Felipe

Vícios

Boa noite a todos que estiverem lendo meu post, bom, honestamente são tantas coisas que nem sei por onde começar, mas enfim, mesmo assim vou tentar; acho que uma boa forma de fazer isso é começando pelo pior.

Vício em pornografia e masturbação

Como tudo começou ? Diferentemente de outras pessoas, o meu até que começou relativamente tarde: por volta de 11-12 anos, mais precisamente, na escola quando eu estava perto de uma rodinha de colegas que estavam falando sobre punheta, eu inocente que era, estava mais perdido que um japonês no meio de um monte de russos falando em russo; e então movido pela minha curiosidade inata, resolvi perguntar o que era isso, então esse meu “amigo” me explicou, e aí novamente movido pela minha curiosidade resolvi experimentar isso que até então pra mim era uma descoberta incrível: na noite desse mesmo dia tomei uma das piores decisões da minha e que inclusive vem me prejudicando até hoje; me masturbei, e sendo sincero, não lembro se cheguei a ter um orgasmo, acho que apenas ejaculei mesmo, mas mesmo assim, continuei com a prática esporadicamente e, assim como ocorre com qualquer outro tipo de vício, tornou-se cada vez mais constante e intensa até eu começar a consumir pornografia, foi quando descobri esse mundo asqueroso que as coisas se tornaram cada vez piores, não demorou muito até os efeitos colaterais surgirem: eu que sempre fui um garoto sociável, alegre, com boas notas, passei a ficar mais isolado, também porque todos os meus amigos mais chegados, ou mudaram de período ou foram pra outra escola; tímido principalmente com outras garotas, a pornografia moldou muito minha perspectiva sobre mulheres, pra mim eram quase que seres divinos e ao mesmo, apenas pedaços de carne com os quais eu poderia extravasar meus instintos primitivos, ou seja, ao mesmo tempo em que a pornografia te leva a endeusar mulheres, também te faz objetificá-las; todo esse problema de socialização foi mais notável no mundo dos games: Antigamente lá tinha muitos amigos com quem jogava quase que diariamente, inclusive eu era um “líder” em um dos grupos dos quais participava; mas um bom tempo depois, praticamente não conversava nem jogava com mais ninguém, eu até tentava reavivar algumas amizades, mas sei lá, parece que com o passar do tempo esses meus amigos se afastaram de mim, talvez porque eu tivesse ficado mais chato ou algo assim. E isso me entristecia muito, porque constantemente me lembrava dos velhos tempos, de como eram bons, de como queria que eles voltassem etc, tanto na escola quanto na vida virtual. Eventualmente fui pra outra escola, lá conheci outras pessoas com quem fiz amizade, o que melhorou bastante esse meu vazio, porém, assim como na outra escola, com o passar do tempo meus principais amigos foram embora, e de novo voltei a ter aquela sensação de solidão e, concomitantemente meu vício estava no auge, que eu me lembre me masturbava 1 ou 2x por dia vendo pornografia pesada, daquelas extremamente fantasiosas, como por exemplo, um garoto que era levado pela professora pra enfermagem da escola e chegando lá, tanto a professora quanto a enfermeira começavam a tirar as suas roupas e darem pra esse aluno, ou uma mulher que simplesmente resolvia dar pro entregador de pizza. Minha vida era um lixo, basicamente se resumia em acordar bem cedo, ainda de madrugada, tomar um café da manhã meia-boca, ir pra escola, ficar lá isolado, cochilando, ou ouvindo música, jogando algum jogo no celular, de vez em quando trocando alguma palavra ou outra com alguém; chegar em casa, comer um prato de pedreiro, bater uma bronha, ou simplesmente ir dormir direto devido ao puta sono que sentia por ter de acordar cedo. tomar banho e dormir, e assim foi, por meses e mais meses. Mas passado algum tempo descobri algo que mudaria a minha pra melhor e pra sempre: NoFap, foi a partir daí que tudo começou a fazer sentido, me conscientizei de que era um VICIADO e foi por isso que me sentia um lixo e não sentia vontade de fazer porra nenhuma da vida, a não ser ficar se tocando dentro do meu quarto. Então, aos poucos começei a mudar meu estilo de vida, passei a tentar meu masturbar menos, praticar esportes, atividades e exercícios fisícos, me alimentar melhor, ler e estudar mais, meditar, tomar banho gelado, me consultar com psicólogo o que com certeza me ajudou muito a melhorar esse meu problema com o vício e, consequentemente minha qualidade de vida. Mas infelizmente ainda não superei esse problema por completo, se não não estaria aqui, não é mesmo ? Recentemente tive uma recaída tanto em termos de masturbação quanto em termos de alimentação, ultimamente meu consumo de açúcar subiu muito, na verdade, meu consumo de comida em geral subiu muito, notei que tenho tido um certa compulsão alimentar que começou nesse último domingo em uma confraternização que estava tendo em um grupo de um esporte que pratico, confesso que exagerei nos doces e, acredito piamente que isso foi o estopim da minha compulsão alimentar, ontem praticamente comi 3/4 de um bolo, isso sem contar as outras fontes de açúcar, já hoje comi um pacote de nesfit, granola (açúcar), e metade de uma torta de limão que preparei, pelos meus cálculos, só hoje foram pelo menos 10 colheres de açúcar. Mas normalmente não me masturbo e nem como tanto, isso começou a acontecer de uns tempo pra cá, muito provavelmente devido ao fato de eu ter entrado em burnout por ter me sobrecarregado muito por trabalhado bastante em prol de um objetivo de curto prazo na semana retrasada, o que me levou a tirar a semana passada inteira pra me recuperar um pouco do estresse pelo qual passei, e ainda assim sinto que não foi o suficiente, pois ainda me estressei bastante devido a uma discussão que tive com minha mãe no último sábado, só porque resolvi assar algumas coisas no forno, entre elas uma que levaria na confraternização de domingo já começou a me enxer o saco porque faria sujeira e blá blá blá; e se for parar pra ver isso, no caso uma discussão com a minha mãe também já tinha acontecido durante o meu episódio de burnout, o que com certeza fez com que eu ficasse mais estressado. Pelo que estudei, minha mãe é uma infeliz crônica então é muito comum que ela viva reclamando de tudo e todos, enxendo o saco, provocando discussões, tendo explosões de raiva etc. Mas enfim, vou parar por aqui mesmo pra não prolongar mais o relato, quem puder me ajudar de alguma forma, mesmo sendo um profissional ou não, agradeço bastante, aliás creio que não seja só eu que passo por problemas semelhantes.

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  • agosto 11, 2022
    usuario

    Olá, Ragnar Lodbrok. Bem-vindo ao sunas. Fico feliz por ter compartilhado o seu relato e sinto muito pelas coisas que você relatou. Em algum momento do texto você disse que se tivesse superado não estaria aqui desabafando. Pode ser. Mas também todos nós passamos por momentos altos e baixos na nossa vida e você parece que está em um momento baixo. Não deixe ele te consumir, o use para impulsionar para ir para um momento mais alto dessa vez. Você é um vencedor. Já passou por várias dificuldades, teve consciência disso, se manteve forte para vencer e está vencendo. Tudo é um processo. Momentos mais fáceis virão, depois momentos mais difíceis. Então, não se cobre tanto por essa recaída. Esse burnout recente não pode ter vindo também de um excesso de cobrança? De cobrar demais por se alimentar corretamente, por exemplo, e quando sai um pouco da rotina vê isso como um problema muito maior do que realmente é? Como está indo o tratamento com o psicólogo, ainda continua? Se não, seria bom voltar por um tempo para lidar com esse momento recente de stress e burnout. Existem ainda algumas questões com a sua mãe que poderiam ser trabalhadas. No final do relato você diz acreditar não ser o único passando por tais situações. Realmente. Recentemente eu indiquei um vídeo para um colega que pode ser que te ajude também. Ele ajuda a ver que existem outras questões que afetam esse vício na masturbação. O vídeo é esse: https://www.youtube.com/watch?v=gvrudUZwCzQ&t=2s&ab_channel=EspiritismoRaiz-EduardoSabbag. Assista, se possível. Outra coisa é que os momentos da vida vem e vão. Amigos e colegas passam. Eu também tive meus momentos de felicidade jogando, mas ficaram no passado. Era outra época, eu tinha tempo para jogar e me socializar online, fazer atividades lá, ficar gerindo o clã, mas agora eu tenho outras responsabilidades. Quem sabe no futuro com algum outro jogo interessante e quando eu tiver tempo eu possa viver aquilo, mas isso passou, pois a vida é feita de ciclos. Assim como os seus. Alguns amigos da escola foram, hoje você tem próximos as pessoas que pratica esportes. Quem sabe logo terá outros grupos de cursos, da faculdade. Fico muito feliz que esteja praticando esportes e atividades físicas, isso é muito bom de uma forma geral. Além da questão estética que resulta em melhorias na autoestima, tem também os hormônios liberados que nos fazem sentir bem. Amigo, não se cobre tanto para ser perfeito e não poder errar um pouco de vez em quando. Comer um açúcar, se masturbar vez ou outra. Você tem a consciência de que é um viciado e que não pode abusar. Então, conheça seus limites, saiba que certas situações podem te deixar mal, te levar para um momento baixo da vida, mas que não há problemas em uma vez acontecer algo fora da rotina. Se não, esse monstro que você cria na sua cabeça de que "falhou" fica muito maior do que o ato em si que praticou. Equilíbrio, auto-controle, harmonia, confiança e vai dar tudo certo. Volte a terapia e compartilhe com o terapeuta os anseios e episódios recentes. Tente realizar novo detox da pornografia. Estamos aqui para te ouvir sempre que precisar ou quiser desabafar ou contar algo. Abraços!

    • agosto 11, 2022
      Ragnar Lodbrok

      Ah e só por curiosidade: O que você jogava antigamente ?

    • agosto 12, 2022
      usuario

      Ixi, eu já joguei bastante coisa. Mas o que joguei mais tempo foi Priston Tale kkk. Abraços

  • agosto 11, 2022
    Mescds

    Oii, Ragnar. Olha, eu acredito que o importante você já fez que foi tentar superar esse vício e fazer outras coisas que te distanciasse dele. Eu acredito que você superar um vício não significa que nunca mais terá uma recaída, talvez esse seja um dos motivos para se chamar vício , principalmente, porque quando acontecer alguma coisa, como você falou do Burnout, que acredito que foi um gatilho , o seu cérebro vai querer encontrar um conforto que no caso é o seu vício. Um conselho que eu posso te dar é sempre tentar encontrar os seus gatilhos e trabalhar neles, no caso do Burnout, tentar fazer coisas diferentes da que você faz, como ir ao parque ou ao shopping , sair da mesma rotina como uma forma de mostrar para o seu cérebro que tem outras coisas interessantes para se fazer em vez de voltar novamente para seu vício, a mesma coisa do doce sabe, você tem que mostrar para o seu corpo que você comanda , então mesmo que você esteja com muita vontade de comer doce, você vai comer apenas um e acredite , não é fácil fazer isso porque parece que todas as suas células se revoltam contra você, mas no outro dia, você vai se sentir muito mais confiança em você mesmo por não ter tido uma recaída. Tentar redirecionar o seu cérebro para outra coisa também é uma boa porque nem sempre você quer fazer o que seus pensamentos querem( isso é até doido né kkk porque são os nossos pensamentos, mas ao mesmo tempo não ) então tenta ter esse comando pelo seu corpo ou até ter um "fuga" sabe, como todas as vezes que você tiver vontade de se masturbar , vai para algum lugar como um shopping por exemplo ou até assistir um vídeo que fale dos malefícios da masturbação e pornografia. Toda vez que sentir vontade de comer muito e perceber que está começando a sua compulsão alimentar, vai caminhar ou fazer exercícios físicos. Vai criando a sua maneira de desviar desses vícios. Espero ter te ajudado! 😊

    • agosto 11, 2022
      Mescds

      Só mais uma coisa, sobre a sua mãe , a gente não pode controlar as outras pessoas, principalmente, o que elas falam então tentar manter a sua mente focada em você , ela faz o que você comanda , tenta redirecionar os seus sentimentos para o que você está sentindo realmente e não para o que os outros sentem , sua mãe está estressada , você não está então é algo que ela tem que lidar e não você

    • agosto 11, 2022
      Ragnar Lodbrok

      Realmente, concordo com tudo o que disse, apenas com exceção do que disse no último comentário, no caso sobre o conselho de ignorar as atitudes da minha mãe e focar em mim mesmo, entendo isso perfeitamente, normalmente não reajo as provocaçõezinhas bestas, só que porém essa não era uma situação normal: eu estava em BURNOUT, não importa o quão naturalmente calmo você seja, a partir do momento em que entrar em burnout toda essa sua tranquilidade habitual vai por água a baixo, o autocontrole de alguém em burnout é seriamente prejudicado, não é a toa que um dos principais sintomas de alguém em burnout é a irritabilidade fora do normal... sério, enquanto minha mãe ficava bostejando como de costume até tentei de me segurar, me concentrar no que estava fazendo e aguentei por um bom tempo, mas ninguém é de ferro, né ? Então por mais formas de auto-aperfeiçoamento que você busque, isso não será totalmente eficaz se você continuar vivendo em um ambiente tóxico que te faz perder a sanidade aos poucos. O ambiente onde você vive é tão importante quanto o seu estado interior, pois ambos estão interligados de alguma forma.

    • agosto 11, 2022
      Ragnar Lodbrok

      Afinal, como uma rosa pode se desenvolver ao ponto de chegar ao seu auge se onde o solo onde está plantada estiver infértil e contaminado ?

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